Por Christiane Michelin - Coluna Drops de Anis, Agenda News - Petrópolis
Publicado em 17/10/2024 13h46 - Atualizado em 17/10/2024 13h49
Alexandre Calladinni - Divulgação
Celebrando 21 anos de resistência e axé, a cantora Rita Benneditto sobe ao palco da Centro Cultural Sesc Quitandinha hoje (17), às 20h, com o show 'Tecnomacumba' – uma experiência transcendental que mistura tradição e inovação.
Desde 2003 Rita Benneditto, uma cantora maranhense, e uma das maiores forças de resistência em nosso país, joga luz sobre aspectos da nossa ancestralidade e que muito dizem sobre a identidade do nosso povo. O show “Tecnomacumba” reúne pontos e rezas ligados às religiões de matrizes africanas mesclados a temas da MPB, de autores como Gilberto Gil e Jorge Ben, em que entidades-símbolos da nossa fé são louvados e evocados. Tudo isso é apresentado com arranjos modernos, em roupagem eletrônica. Por suas características únicas, o Tecnomacumba acabou ganhando as pistas mundo , um CD de estúdio, dois ao vivo, sendo um deles em DVD e o videoclipe 7Marias. Rita tem ido longe com esse trabalho, incluindo shows até em Dakar, no Senegal, além de prêmios como o Rival Petrobras (show) e o da Música Brasileira (melhor cantora).
Com Tecnomacumba, Rita provou que o elo que une nossa música à eletrônica tem como alicerce o bater dos tambores, cujos ecos reverberam para além dos terreiros, passando pelas patuscadas e rodas de samba que animam os fundos de quintal, nos grandes centros e rincões do Brasil. Acontece que um show é também um organismo vivo. E pulsa. Ao longo desse tempo, Tecnomacumba não se manteve estático. Não em se tratando de Rita Benneditto. O show tornou-se uma grande referência para as novas gerações, amadureceu – assim como sua intérprete – e possibilitou a ela experimentar, ousar e, por que não, reinventar-se.
Ana Oliveira - Casa natura Musical
A cada ciclo acontecem transformações em diferentes aspectos. Quando celebrou os 20 anos de axé, por exemplo, Rita convidou os multi artistas Ciro Barcelos e Claudio Tovar, do lendário e vanguardista grupo “Dzi Croquettes”, para juntos respectivamente atuarem na direção artística e figurino do show, promovendo uma conexão entre gerações que permanecem na luta contra preconceitos e paradigmas comportamentais vigentes até hoje em nossa sociedade. O adereço de cabeça, inspirado em um cocar indígena, foi criado especialmente para Rita por Victor Hugo Mattos, estilista que vem se destacando no universo fashion atual. A iluminação do espetáculo, elaborada a partir de referências de cores e movimentos dos orixás, leva a assinatura de Daniela Sanchez.
A banda Cavaleiros de Aruanda, que acompanha a artista desde a estreia do projeto, conta com os músicos Marcos Moletta (guitarra e vocais), Humphry Scott (contrabaixo e vocais), Ronaldo Silva (bateria, programação eletrônica e vocais) E no repertório, novas canções como “Mamãe Oxum” (Domínio Público) e “7Marias”, composição da própria Rita em parceria com Felipe Pinaud, lançada em 2018, quando o show completou 15 anos. Hoje o videoclipe “7Marias” já atingiu a marca de 5 milhões de visualizações.
Entre os fãs do projeto estão grandes colegas de cena e de ofício. Gente como Maria Bethânia (que participou do CD ao vivo e do DVD), Alcione, Ney Matogrosso, Leci Brandão, Sandra de Sá, Margareth Menezes e companheiros de geração como Chico César, Teresa Cristina, Mart’nália, Marcos Suzano, Davi Moraes, Zeca Baleiro, Caetano Veloso que, no texto escrito para o DVD do show, não só destaca as qualidades vocais da intérprete como confirma sua fama de visionário ao prenunciar: “Este disco tem um futuro intrigante e pode vir a dizer mais do que parece agora”.
A apresentação acontece hoje, às 20h, no Sesc Quitandinha com ingressos a R$10 e R$5 com vendas direto na bilheteria.
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