“É uma atividade de aventura, mas também uma oportunidade de se conectar com a natureza e promover a sustentabilidade. O Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso) é um exemplo de conservação ambiental, e os visitantes são incentivados a seguir práticas de mínimo impacto, como não deixar lixo nas trilhas e respeitar a fauna e a flora local. Essa consciência do turista que busca esta experiência ajuda a cidade em promover seu destino e a preservar suas riquezas. É um dos nichos de turismo mais importantes”, analisa o presidente do Petrópolis Convention Samir el Ghaoui.
De acordo com a Revista Tendências do Turismo 2024, editada pelo Ministério do Turismo, as viagens com consciência ambiental estão em alta. A conscientização ambiental e o desejo de minimizar impactos negativos no meio ambiente têm fortalecido a priorização de viagens ecológicas.
“A indicação é investir nesta pegada ecológica e disponibilizar essas informações para turistas, principalmente estrangeiros. O Portal de Hércules, no Parnaso, é o cartão-postal do montanhismo do Brasil no exterior”, aponta Samir el Ghaoui.
O Petrópolis Convention & Visitors Bureau recomenda aos visitantes buscar informações oficiais sobre os roteiros existentes pelo Disque-Turismo, canal da Prefeitura pelo 0800 450 7070 ou via Associação de Guias de Turismo de Petrópolis (Whatsapp (24) 98842-3235), além de agências especializadas em turismo receptivo na cidade que indicam profissionais especializados.
Trilhas desafiadoras e opções leves
Um dos pontos mais icônicos é o Parnaso que abrange os municípios de Petrópolis, Teresópolis e Guapimirim. Ele é reconhecido por suas trilhas desafiadoras e paisagens de tirar o fôlego. A Travessia Petrópolis-Teresópolis é uma das trilhas mais exaltadas do Brasil, com 30 km de extensão, passando por mirantes que oferecem vistas espetaculares da região.
Para quem busca uma caminhada mais leve, ainda no Parnaso, a trilha do Véu da Noiva é uma excelente opção. Com apenas 2 km de extensão, leva ao famoso mirante com vista para uma cachoeira impressionante. Outra trilha popular é a do Morro Açu, onde é possível acampar e apreciar um nascer do sol de tirar o fôlego.
Em alta até setembro, a temporada de montanhismo iniciada em junho, além de aventuras mais radicais, oferece experiências únicas para todos os níveis de aventureiros com trilhas e caminhadas mais leves em vários locais da cidade como o Castelinho (no bairro Morin), a Pedra do Quitandinha (no bairro de mesmo nome) e a Pedra do Cortiço (São Sebastião). Entre os percursos com nível médio, destaque para o Alto da Ventania (acesso pelo Caxambu) e a Pedra de Itaipava.
São Unidades de Conservação da cidade e requerem acompanhamento de guias, além do Parnaso, o Monumento Natural da Pedra do Elefante, que faz parte do Circuito de Montanhas do Taquaril (Posse), o Monumento Natural Estadual da Serra da Maria Comprida, em Araras.
Petrópolis é Capital Estadual das Unidades de Conservação
Com cerca de 60% do seu território protegido, Petrópolis é a Capital Estadual das Unidades de Conservação (Lei Estadual 10.082/2023). O montanhismo, que pode ser entendido como o ato de subir montanhas, seja caminhando em trilhas ou escalando com o uso de diferentes técnicas, é considerado como de relevante interesse (Lei nº 8.065/2020) e Patrimônio Cultural Imaterial (Decreto nº 130 /2022) do município.
Petrópolis sediou em maio, às vésperas do início da temporada, o XIII Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura (CBAA) e o VII Congresso Internacional de Atividades de Aventura (CIAA). Com o tema “Os caminhos do montanhismo: turismo, educação, lazer, esporte e cultura”, o evento superou o número de 400 participantes, com inscrições de 15 estados e a participação de palestrantes/pesquisadores do Chile e da Alemanha.
Os congressistas, além da parte acadêmica, com debates, mesas redondas, minicursos e apresentação de trabalho, tiveram a experiência na prática. Prepararam o fôlego e realizaram mais de 40 atividades começando pela Travessia Petrópolis-Teresópolis no Parnaso realizada como trilha pré evento e com foco na interpretação ambiental e nos princípios de mínimo impacto.
Tradição de 105 anos
A primeira associação de montanhismo do Brasil, e da América do Sul, foi o Centro Excursionista Brasileiro, fundado em 1º de novembro de 1919, no Rio de Janeiro. A segunda foi o Club Excursionista de Petrópolis, fundado em 28 de junho de 1931. A Segunda Guerra Mundial abreviou a vida do clube em 1939. O montanhismo volta a ser organizar como associação em 10 de junho de 1945, mas também durou pouco mais de cinco anos, mas deixou um legado de ter impulsionado a prática na cidade. Já em 15 de maio de 1958 foi fundado o Centro Excursionista Petropolitano (CEP) em plena atividade e que mantém registros históricos do montanhismo, promove a prática, luta pela preservação do meio ambiente e pela ampliação do esporte.
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