Lançado em 2010, o documentário investiga um carretel de filme de Santos Dumont de 1901, descoberto no Museu Paulista da USP em 2002 por Carlos Adriano. No filme, Santos Dumont explica ao inglês Mr. Rolls o funcionamento de seu dirigível. Este material, registrado em um mutoscópio, mostra Santos Dumont atuando, dirigindo e registrando o momento para a posteridade. Carlos Adriano seguiu pistas encontradas durante sua pesquisa para compor o documentário.
“Santos Dumont, pré-cineasta?” foi rodado em diversos locais onde o grande inventor esteve, incluindo Petrópolis, e venceu o prêmio de melhor direção no Recine – Festival de Cinema de Arquivo. A exibição na Casa Santos Dumont é especialmente significativa, pois muitas cenas foram registradas na cidade e no próprio museu. A obra impactou pessoas como a pesquisadora e cineclubista Lilia Monteiro, ao assistir ao filme no Festival de Documentários “É tudo verdade” em 2011, que ficou tão impressionada com a beleza de Petrópolis que decidiu se mudar para a cidade. Para ela, exibir o documentário na Casa Santos Dumont, que tem o formato de um mutoscópio, é uma grande honra.
Em 2023, a cineasta e pesquisadora Aline Castella tentou trazer Carlos Adriano para uma exibição especial no sesquicentenário de Santos Dumont, mas não foi possível devido a conflitos de agenda. Este ano, Aline, junto com o artista Luiz Aquila, a também cineasta e presidenta do IMC Diana Iliescu e o diretor do Museu Casa Santos Dumont, Claudio Gomide, irão conduzir uma conversa com Carlos Adriano após a sessão do documentário.
O diretor é conhecido por seu trabalho com cinema de arquivo, explorando a poética do found footage. Além de “Santos Dumont pré-cineasta?”, ele dirigiu “Santoscópio = Dumontagem” (2010), que também se baseia em imagens de arquivo de Santos Dumont. Adriano, que possui dois pós-doutorados, afirma que sua relação com o arquivo é muito emocional, e sua obra reflete uma profunda conexão com a história e a arte.
A exibição do documentário celebra a vida e as conquistas de Santos Dumont, além de destacar a importância do cinema de arquivo como método e poética na preservação da memória histórica. A programação do projeto “Cineclube Raul Lopes em Todo Lugar” é uma realização do Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro e tem o apoio da Prefeitura de Petrópolis e Instituto Municipal de Cultura, através da Lei Paulo Gustavo.
Sobre o diretor
Carlos Adriano (São Paulo, 1966) é cineasta com 35 anos de carreira, tendo realizado 25 filmes desde 1989. Seus trabalhos foram exibidos em importantes instituições como o MoMA de Nova Iorque e a Tate Modern em Londres. Adriano é doutor em Estudo dos Meios e da Produção Mediática (Cinema) pela USP e possui dois pós-doutorados. Sua obra é tema de um capítulo no livro “The Sublimity of Document: cinema as diorama (avant-doc 2)”, de Scott MacDonald.
Sobre o projeto
O Cineclube Raul Lopes em Todo Lugar se dedica a exibições acessíveis em diversos locais da cidade, promovendo cinemas periféricos e independentes. Com convidados debatendo temas variados, aborda questões como democracia, direitos das mulheres, LGBTQI+, trabalhadores, racismo e desafios sociais. Fundado em 2016 e dirigido por Lilia Monteiro, o cineclube realiza sessões gratuitas, presenciais e online, atraindo um público diversificado que valoriza o cinema e a reflexão social.
Serviço
Cineclube Raul Lopes em Todo Lugar - Exibição do filme “Santos Dumont pré-cineasta?”
Data: Sexta, 19 de julho
Horário: 19h
Local: Museu Casa de Santos Dumont – Rua do Encanto, 22 – Centro Histórico
Entrada: Gratuita
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