A mesa de abertura se aprofundou nas questões da cultura alimentar para a promoção da saúde do ser humano, dos animais e da natureza como um todo. "A nossa cultura alimentar é saúde, é tudo aquilo que nós somos. Defender a cultura alimentar é defender um ecossistema vivo, saudável, uma população que pode exercer a sua prática cultural. Por meio da nossa cultura alimentar acontece a autodeterminação dos povos, por isso, é indissociável da garantia alimentar e do bem viver", declarou Tainá, que é representante dos povos indígenas do Pará, acompanhada pela pesquisadora da Fiocruz Ylana Elias Rodrigues.
A reitora da UNIFASE, Maria Isabel de Sá Earp de Resende Chaves lembrou a importância dos 30 anos da Semana Científica: "O tema proposto pela edição deste ano fala sobre o homem e a natureza como parte de um único sistema, e é isso que fazemos no nosso campus: coexistimos, recebendo e protegendo a fauna e a flora da Mata Atlântica que nos rodeia. Queremos mostrar para os nossos alunos e para a comunidade o quanto é importante valorizar o ambiente em que vivemos. Nestes 30 anos, sinalizamos para a nossa comunidade que a ciência é absolutamente relevante para o progresso da humanidade, alavancando descobertas que nos dá garantias de evoluir rumo a descobertas que superem os desafios dessa convivência homem-natureza".
A Semana Científica teve 1.024 inscritos e vai até sexta-feira (8), durante esses dias serão realizadas rodas de conversa, palestras e mostra de trabalhos, que visam promover um aprofundamento sobre as relações entre a espécie humana e a natureza a nossa volta. Ao todo 266 trabalhos foram submetidos como práticas educativas inovadoras nas categorias: pesquisa científica, relato de caso, relato de experiência, revisão de literatura, práticas educativas inovadoras, práticas extensionistas, saberes cotidianos e experiências exitosas, que teve a parceria da Secretaria Municipal de Saúde.
"A Semana Científica é pesquisa, extensão e ensino, por isso nós temos muitos trabalhos para que os alunos possam contribuir para esse crescimento. Muitas pessoas da sociedade civil organizada estão fazendo parte do evento a fim de trazer reflexões de como nós podemos coexistir junto com a natureza", destacou a professora da UNIFASE e integrante da comissão da Semana Científica, Natália Duarte.
O ponto de vista de quem habita o bioma da Mata Atlântica foi um recorte relevante, devido à localização do campus Barão. Durante o evento, os participantes vão poder refletir sobre as potencialidades de promoção de saúde biopsicosocioexistencial em harmonia com o ecossistema. De acordo com o Pró-reitor de Ensino e Extensão, professor Abílio Aranha, essa é uma oportunidade de transmitir conhecimento fora da sala de aula.
"Nós podemos perceber que nós temos muitas oportunidades de aprender sem ter que ser via aula, e esses momentos são proporcionados aos seus alunos pela instituição. Realmente, a questão da coexistência é o tema do momento, não só pelas barbaridades que estamos fazendo com a natureza, mas o que estamos fazendo com nós próprios. O mundo parece que regrediu, e é dentro desse momento de formação que nós precisamos dar uma guinada e voltar para uma coexistência pacífica", disse o professor Abílio.
A programação completa da 30ª Semana Científica da UNIFASE/FMP está disponível no site.
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